A RU3 foi criada para ser um espaço em que os estudantes de Jornalismo da UFMG possam desenvolver suas habilidades de escrita, redação e apuração jornalística e contribuir com a comunidade acadêmica da universidade com informações de qualidade. Decidimos fazer uma publicação independente, produzida e gerida pelo corpo estudantil da nossa graduação e sem vínculo formal com a universidade, com o objetivo de solucionar problemas que encontramos em nossa formação. Com a greve dos servidores técnico-administrativos federais no primeiro semestre de 2024, percebemos que tínhamos pouca informação sobre a mobilização e as possibilidades de atuação enquanto corpo estudantil, e que isso tem a ver com uma lacuna na cobertura sobre acontecimentos da vida universitária na UFMG em geral, para além da comunicação institucional.
Decidimos desenvolver um projeto em que os estudantes que tenham interesse em escrever e produzir reportagens e outros formatos possam fazer parte de um projeto fora do mercado, aproveitando a infraestrutura e a formação da universidade, a troca de experiência entre colegas e a "liberdade" de uma publicação estudantil, laboratorial. As oportunidades de trabalhar com reportagem durante a graduação são poucas e/ou mal remuneradas, com bolsas de estágio menores que de outras áreas – além de que os empregadores não necessariamente priorizam ensinar e formar os estudantes, que muitas vezes realizam funções que deveriam ser de profissionais formados. No nosso departamento de Comunicação Social, a empresa júnior que existe atualmente é uma agência de comunicação, cujo trabalho tem mais a ver com as formações em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas. Outra questão é que, ainda que nossa grade curricular ofereça disciplinas de laboratórios de reportagem e outros tipos de produção jornalística, nem todos os alunos conseguem participar.
Com as conversas que tivemos em reuniões organizadas entre o corpo docente e discente do Jornalismo durante a greve, a RU3 surge com a proposta de ser uma revista dos nossos colegas mas aberta para a colaboração de qualquer aluno da universidade. Sua linha editorial tem como fundamento a defesa dos direitos humanos, LGBTQIA+, das pessoas com deficiência e dos trabalhadores, alinhada aos movimentos feminista e antirracista, em um ambiente que preze pelo aprendizado, pelo bem estar de seus colaboradores e que trabalhe com políticas de prevenção a qualquer tipo de violência, importunação e assédio.
A ideia do formato da RU3 é híbrida, com um portal de notícias atualizado semanalmente durante o semestre letivo, e uma revista com publicação periódica, com intervalo ainda a ser definido. Além disso, a RU3 terá uma frente de produção de conteúdo e divulgação de matérias nas redes sociais. As editorias ainda estão em construção. É certa a existência da editoria "Universidade", com dedicação à cobertura dos acontecimentos relativos à UFMG. A revista se coloca como um espaço livre para que seus membros possam escrever sobre quaisquer temas de interesse, portanto estará sempre aberta à criação de novas editorias.
A criação da entrevista foi inspirada pela publicação diária da Tufts University, de Boston, nos Estados Unidos, o jornal "The Tufts Daily". Outras referências estilísticas são: Revista Manuelzão (UFMG), Revista Transite (UFMG) e Jornal da USP. Como referência teórica, pretendemos seguir o livro "Formação em Jornalismo: da prospecção dos acontecimentos à edição", uma coletânea de textos organizada pelo professor Bruno Souza Leal, com textos de docentes do Departamento de Comunicação Social e publicado pela Editora UFMG.
A escolha do nome “RU3” se deu como uma referência aos restaurantes setoriais I e II do Campus Pampulha da UFMG, além de ser uma sigla para “Revista Universitária”.
Por Mariana Lage e Vinícius Brito
Excelente iniciativa! Parabéns!